segunda-feira, 18 de outubro de 2010

DIA DO MÉDICO

MEDICINA, UM SACERDÓCIO

A filha mais nova, a Letícia, está cursando Medicina na Faculdade Evangélica de Curitiba. Dia sim e dia sim conversamos longamente sobre o curso, sobre a profissão que ele deseja abraçar. Algumas vezes, a conversa é precedida de um rosário de queixas, sobre as dificuldades do curso.
- Será que a nossa vida consiste apenas em estudar e estudar, pergunta a acadêmica inúmeras vezes.
- Naturalmente que não é necessário estudar o dia inteiro. Podemos aproveitar as noite e as madrugadas. No nosso tempo foi assim, e nos tempos de hoje e no amanhã que virá, também será assim. De uma coisa eu tenho absoluta certeza: se tivesse que escolher outro curso, a escolha seria Medicina. Lembro-me também, que exausto após o vestiba e não suportando a carga pesada do curso, pensei, covardemente em desistir. Felizmente a vontade de vencer foi mais forte.
Como treinar um profissional para passar noites e noites acordado zelando pela saúde dos seus pacientes? Como treinar um profissional para acordar às 4 da manhã e dirigir-se ao hospital para atender um enfermo?
A resposta está na dureza do curso. Não se faz omelete sem quebrar ovos. Foram incontáveis as noite e madrugadas que passamos estudando anatomia, histologia, fisiologia, embriologia, bioquímica, bioestatística e outras disciplinas mais.
Também tinha o sábado feliz, que consistia num sorteio de um dinheirinho, que a gente fazia no sábado após as tenebrosas provas. Lá íamos nós afogar as mágoas em generosos copos de batidinha no Bar do Baiano.
Só para relembrar de um ocasião que deixaram um colega que  estava no inicio do curso clínico, monitorando um paciente . Sem experiência, recebeu a instrução que deveria olhar o aparelho (eletrocardiógrafo) que deveria estar sempre emitindo as suas ondas. Se parasse de fazê-lo é porque o paciente apresentou parada cardíaca e o tratamento era massagem cardíaca vigorosa no tórax do enfermo, um crioulo de mais de metro de largura.  Lá pras três da manhã o eletrocardiógrafo deixou de emitir as ondas e o interno não teve dúvidas: meteu um murro com toda a força no peito do crioulo, que levantou vermelho de raiva e de susto e quase vai às vias de fato, com o futuro médico que não percebeu que os eletrodos grudados no peito da paciente tinham se soltados, explicando a pane no aparelho.
Vamos em frente. Teremos tantas outras dificuldades que só a alegria de poder ajudar o sofrimento dos nosso enfermos é capaz de suplantar com sobra todos estes pequenos percalços de caminho.
Adaelson, recuperando-se da Dengue.

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