domingo, 14 de novembro de 2010

A ENTREVISTA DE ADEMAR SODRÉ

ÚLTIMA PARTE
PN – Vamos mudar de novo de assunto. E na Política Partidária o Senhor nunca teve vontade de  se candidatar a Prefeito de Piritiba?
Ademar  - Olha Dario. Eu tive diversas vezes a oportunidade de sair candidato, mas para evitar brigas políticas dentro do partido, eu retirei o meu nome, porque eu achava que Piritiba estava acima de tudo. Em outras oportunidades, há coisas que a gente não deve falar ...
Hoje por exemplo, se diz que não pode deixar Restos a Pagar. Naquela época eu já condenava isso. Você entrar na Prefeitura para pagar a conta de A, B ou C. Depois vem a cobrança. Cadê o dinheiro? O que você fez com o dinheiro? E essa coisa é terrível.

PN – Então Dema, nós estamos chegando ao fim, fale agora de sua parte como Comerciante, como conseguiu montar uma grande loja e quem está seguindo com o seu comércio.
Ademar  - Primeiro eu fui Balconista. De Balconista eu passei a Dono de Padaria, depois armazém de Sociedade com o meu Irmão Milton. De lá saí e comprei a parte de Ferragens e Estivas a Antiacho, em 1958. Há 40 anos me estabeleci naquela esquina que era de José Vieira. Na semana que eu mudei para aquela loja, nasceu meu filho Vinicius. No dia 02 de novembro nós fomos pra lá e no dia 06 de novembro ele nasceu. Então eu não tenho como me esquecer, pois a idade daquela loja é a dele também. Nunca tive assim um lance grande. Trabalhei muito, deu para sustentar a família, educá-los e continuar com a loja. Hoje Vinicius toca para a frente. Hoje com a minha idade eu não gosto de ir mais lá. Tudo está diferente e a gente tem de deixar pra lá, eles são mais jovens e a gente tem de aceitar.

PN –  Ok. Estou satisfeito, e deixo a palavra para suas considerações finais.
Ademar  - Eu agradeço a oportunidade que você me deu, é a primeira vez que alguém me entrevista, me pegou de surpresa. Eu tenho muita coisa a respeito de Piritiba. (PN- Você deveria escrever um livro de memórias). Dentro de casa aqui, falam para eu escrever um livro e eu acho que nós fizemos por Piritiba (todos nós fizemos, aqueles que trabalharam), porque Piritiba merecia. Sou feliz, hoje tenho 80 anos (vou completar em janeiro), não me arrependo de nada. Outra coisa durmo e acordo sem ter uma dor em minha consciência. Sou feliz, muito feliz. As amizades que tive, por exemplo: eu lhe vi menino, hoje vejo um senhor. Trabalhamos juntos, fizemos alguma coisa por Piritiba, e tudo isso nos marcou. Vejo outras pessoas que me dizem: Oh! Rapaz, aqueles tempos. Eu estava em São Paulo encontrei no meio da rua um rapaz e me disse: Como Vai? Vou bem. Cadê o Nacional? (Risos)
É isso aí. Muito obrigado, um abração para o Dr. Adaelson. Diga que Piritiba espera por ele. Todas as pessoas que são filhos dessa terra... Orlando Sodré, meu irmão, está querendo vir morar aqui novamente. Eu acho bom. Ele hoje tem uma condição boa e vem pra cá e nos ajuda de qualquer maneira. É daqueles que não gasta (risos).
PN – Muito obrigado pela entrevista e até uma nova oportunidade.  

Um comentário:

  1. Adaelson, fiquei muito feliz com a publicação da entrevista com o meu pai, feita por Dário, da mesma forma com a de Dr. Carlos. Parabéns pelo trabalho de divulgação da nossa terra e dos piritibanos... Saudades! Mariza Sodrè

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