QUATRO DEDOS DE PROSA (A COLUNA DE LOURIMAR BORGES
O DONO DA VOZ – O Teatro Municipal de Piritiba tem, com grande justiça, o nome de nosso conterrâneo, Carlos Sampaio. Aliás, Carlos Alberto Barreto Sampaio, orador oficial da primeira turma de concluintes do Ginásio de Piritiba (CNEC), em 1964, foi poeta, escritor, diretor teatral, professor da Escola de Teatro da UFBA, ator, advogado, boêmio, agitador cultural, cantador de bolero e aboio em noites de “água dura” pelas ruas e bares do Pelourinho, na década de 70. Um polivalente, conforme se vê.
Carlos completaria este ano, 63 anos, se naquela tarde/noite de 13 de agosto de 1993, uma sexta feira, não fosse tragado pela violência do trânsito das grandes cidades, em um absurdo e inaceitável acidente na Avenida Vasco da Gama, em Salvador, quando deixava a sede do TRE, em diligência jurídica.
A noticia foi sorvida por todos nós, amigos e companheiros, como uma bebida amarga, como uma cerveja quente, uma aguardente zurrapa, assim como quem “chove inconsequente na província”.
Carlos deixou alguns livros de poesias como Vivências, Diversos, Mortos da Primavera e participações em filmes como Tenda dos Milagres, Boca do Inferno, A resistência da Lua entre outros.
Fala Carlos: “se vivo é apenas bondade de deus ou complacência dos diabos”.
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