quarta-feira, 3 de agosto de 2011

REALIDADE

  O que seria o real, qual seria a verdade da historia, tudo que vejo é real e tudo que sinto também seria? Quantas realidades existem, uma realidade pode anular a outra, qual das realidades é mais verdadeira? 

Ao questionarmos sobre a realidade, essas são umas das infinitas perguntas que surgem na nossa imaginação. Instigar nossos pensamentos a desafiarem as possibilidades de realidade, criando campos paralelos de existência, seja ela de objetos concretos ou de sentimentos, de vivencias, etc., seria um habito saudável, uma reflexão constante de valores e uma ampliação de visão de mundo; se não nos perdermos em meio a nossa própria realidade, querendo viver uma realidade que não é nossa, se não nos perdermos dos nossos referenciais de realidade e chegarmos à loucura. 

      “Somos condicionados a pensar que o mundo externo é mais real que o mundo interno” (passagem do filme quem somos nós? ) Nossa cultura de consumismo nos leva a crer nessa possibilidade, onde vivemos para um mundo externo, onde treinamos e aperfeiçoamos nossas personas, onde consumimos tudo numa cultura capitalista que nos leva a buscar lucros, rendimento monetário, onde trabalhamos bastante os valores (mas dos dólares, do real, do euro, etc). Onde a aparência é mais valorizada do que valores internos. Se assim acreditássemos seria como se estivéssemos nos matando, anulando nossos sentimentos e nossos valores internos, seria como acorrentar e amordaçar nosso próprio intimo, deixando apenas que um bobo da corte comandasse nosso caminho. Onde fingiríamos viver, desconhecendo o sentido de um riso e duma lágrima.

De fato sabemos que a realidade é muito mais ampla do que podemos imaginar e perceber. A realidade não é integrada na sua totalidade, mas sim na pequena fatia que nossa consciência tem acesso. Talvez por isso nossa inconsciência tenha uma carga tão grande, e seja repleta de conteúdos tanto individuais quanto coletivos. 
     “Nós criamos a realidade, somos maquinas produtoras de realidades” Poderíamos analisar e discutir esta frase relacionando-a diversas áreas, como a política, a arte e a ciência; mas creio mais oportuno fazer uma ligação desta frase com nossa conduta enquanto psicólogos, pois esta frase nos da à possibilidade de enxergar que a realidade esta no indivíduo; que o mais correto para nós nem sempre é para o outro, que os valores de cada mundo é dado pelo autor de cada realidade;  que a realidade não consiste em dar nomes a objetos e sentimentos, mas sim em dar valores e viver a seu tempo cada instante da sua própria existência, e que existir não é apenas estar vivo mas sim está disponível para si e para o outro e  está disponível para se descobrir...
        “O cérebro não sabe a diferença do que ocorre lá fora ou aqui dentro” Isso nos faz crer que não há uma realidade maior que a outra. Não se vive trancafiado numa torre dum belo castelo intimo, cercado por uma imensa parede de rochas, numa fortaleza introvertida sem contato mínimo com uma luz externa, ou com  que o cerca. Mas também não se vive numa selva, numa sociedade, numa grande cidade recheada de cultura, de pressa, de cobranças, de relacionamentos, e de compromissos “externos” sem um castelo, sem um olhar mais interno. 

Lucas L. Cedraz

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