segunda-feira, 14 de novembro de 2011

FIRMINO SAMPAIO NETO - UM POUCO DA SUA VIDA

2- DE COMO INGRESSEI NA FACULDADE DE ECONOMIA E A VIDA UNIVERSITÁRIA
Ingressei na Faculdade de Economia da UFBa, no início de 1966 e concluí o curso em 21 de dezembro de 1969. A família continuava em meio a uma interminável crise financeira, o que me levou a me candidatar e receber o direito de uso do restaurante universitário. Passei a morar na residência do universitário de Feira até que a família mudou-se para Santo Antonio. Eleito Tesoureiro do Diretório Acadêmico da Faculdade, em chapa presidida pelo atual Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, o meu querido amigo Filemon Matos e como Vice o meu compadre Raimundo Moreira, também Conselheiro do Tribunal (TCM), acabei encontrando uma alternativa para ter uma moradia mais decente. É que o cargo de Tesoureiro era muito pouco expressivo e por amizade acabei recebendo como prêmio de consolação, reestruturar a gráfica do Diretório,a Imprensa Baiana de Economia. Missão cumprida ganhei o título de Superintendente, com direito a uma modesta ajuda de custo. A Gráfica ocupava dois grandes salões no andar térreo da Faculdade e eu, juntamente com Moreira, e com a aquiescência do Diretor da Faculdade o Prof. João Mendonça, construímos um tabique de compensado no segundo salão e mudamos prá lá. O acesso era pelo interior da Faculdade o que nos obrigava a pular a grade lateral, aos domingos e feriados para ter acesso aos aposentos. Assim que comecei a trabalhar no Banco COMIND, passei a Superintendência da Gráfica para o meu amigo e compadre Ceará (José Edvando Bezerra) que lá ficou até próximo da formatura e fez um excelente trabalho. Depois da greve de ocupação da Faculdade em 1968, mudamos para uma casa no Canela, eu, Moreira e Ray. O imóvel era da família da esposa de Roberto Dias (Lourinho) e estava para ser demolido proximamente para dar lugar a um grande prédio, acho que o Solar João das Botas. Verdadeiro suplício: paredes úmidas, choque elétrico nas torneiras e ladrões que bastavam ver qualquer um de nós com uma roupa nova que no dia seguinte iam buscar. Ainda pichavam as portas com uma cruz, o que para o delegado que demos queixa era sinal de que ou acharam o donativo modesto ou que voltariam para fazer um novo assalto. Deixamos a casa e fui dividir um Kitinete, no Edifício Maestro Carlos Gomes, com meu irmão Gilberto, operário da Tibrás, Genalson Sampaio, meu primo (O Venâncio) e os irmãos José Sérgio Andrade e Miguel Leal Andrade Filho.
Em 1968, comecei a estagiar na Autarquia Centro Industrial de Aratu, estágio renovado em 1969, por meio de um processo de seleção pública. Ainda em 1968, fui eleito Secretário do Diretório Central dos Estudantes – DCE. Renunciei ao cargo no segundo semestre do mesmo ano, pois estava descontente com o baixo nível de aprendizado na Faculdade e queria me dedicar com mais afinco ao estágio para ver se ao formar teria chances de ingressar no mercado de trabalho. Do movimento estudantil guardo boas lembranças, outras nem tanto pois fui detido uma vez numa  passeata na Rua Chile e uma outra durante a greve de ocupação da Faculdade de Economia. Nunca fui um líder estudantil, fui apenas um ator coadjuvante! Cheguei a ser escolhido pela minha turma para participar do Congresso da UNE, em Ibiúna, SP, mas renunciei em favor de um colega que sonhava com essa possibilidade. Para tristeza de todos, acabou sendo preso e impedido de continuar estudando na Faculdade.

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