segunda-feira, 24 de outubro de 2011

NOSSOS POETAS

HORAS LÚCIDAS

(Guilherme Neto)


Estou débil, pessimista e só.
No coração um vácuo se abre
Sinto estar tão vazio, quanto o bolso de um mendigo.
Não sei se o que meu espírito peregrinamente arrasta.
É amor...
Ou o desejo de amar.
Se é saudade...
Ou a falta de estar.
Se é ódio
Ou se é...
...Deixa pra lá.
Encontro-me perdido entre pensamentos horrendos e maléficos.
O nosso amor está doente, em coma profundo.
Num absoluto estado de eutanásia.
Naufragamos num mar de ilusões.
O nosso “Titanic” que nem Deus afundava.
Submergiu-se
E dificilmente virá à tona
As luzes do nosso palco se apagaram.
A platéia retirou-se no meio do espetáculo
Não existem mais atores, contra-regras nem cenário.
O teatro encontra-se completamente vago
Aliás, permanece apenas um personagem no canto esquerdo.
Do escuro palco,
Sentado e de cabeça baixa.
Reflete sobre sua subvida vã
Em seus acrimoniosos pensamentos
Vivemos um jogo sem replay, sem belos lances sem gols.
Um jogo sem a mínima emoção
E a torcida onde está?
Não há ninguém torcendo por nós.
Sabemos que as flores de plástico não morrem, mas.
No verão amarelam e ressecam e no inverno dão bifo.
O mundo representa agora, o que uma belíssima flor sentiria por outra.
As evidências não mais existem
Alegria? Oh alegria...
Alegria é a tristeza quando vem escassa
E pouquíssimas serão as chances de virem poucas.
Por fim, sob o efeito de barbitúricos e anfetaminas.
Tento adormecer para despertar.
De um sonho que nunca tive.

(O AUTOR É NETO DE D.ROLA)

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