sábado, 26 de março de 2011

COLUNA DO BAZO (LOURIMAR BORGES)

Os dias em Morro do Chapéu custam a passar. As horas não parecem ter 60 minutos, mas 70 ou 80 para justificar a modorrenta passagem do tempo. Mas consigo ir administrando toda esta maresia de acordo com as disponibilidades que o ócio oferece. Acordo sempre cedo e, antes das 06 horas enfrento o intenso frio e às vezes a garoa da manhã, caminhando com outros corajosos um percurso razoável em uma pista asfaltada, frente ao Estádio Municipal e aPizzaria de Eusépio entre outras referências turísticas da cidade. Concluído este percurso, após 40 minutos ou uma hora, subo em direção a antiga rodoviária para comprar pão em uma padaria cujo “modus operandi”, segundo os seus detratores, tem a massa posta em ponto, após longos pisoteios regadas a incontáveis gotas de suor daqueles padeiros com muques e pés de estivador. O pão é bom, como não se vê mais, desde que as máquinas e outras engenhocas substituíram a força bruta pela delicadeza detestável dos pães cilindrados. Retorno à casa da sogra, que reclama de ter pão suficiente e que não precisava, ao que faço ouvido de mercador, em respeito ao pão da Padaria Sena.
Preencho as manhãs enfronhado em uma “lan house” próxima de casa, após cometer estas abobrinhas digitadas no netbook e repassada ao pendrive para descarregar neste estuário de sandices e bobagens afins que é este blog. Exausto recupero as energias no bar de Maradona, cuja peculiaridade comercial é beber, em certos momentos, mais, muito mais que seus clientes, eu, por exemplo, que não vou além de uma Antarctica (aleluia, achei) antes do almoço em casa de Dona Lourdes. Durmo após o almoço até as 15,30 ou 16:00 horas.
À tarde costumo passar na biblioteca da cidade, um dos locais mais agradáveis de Morro do Chapéu e com quem mantenho uma fidelidade e apreço incomum, já que freqüento sua sala de leitura desde quando comecei a andar por aqui. Naquele espaço, há um auditório onde já presenciei exibições de músicos extraordinários e filhos da terra, que orgulhosa mantém uma tradição musical como não se vê em muitas cidades interioranas. Para muitas dessas cidades tudo hoje é recordação daquilo que um dia foi só regozijo por este pendor artístico, que foi tristemente esquecido. Saindo da biblioteca, já é final de tarde, quase noite e, passo no bar da “baiana de acarajé” Karine (falsa baiana) e me ponho à curiosidade pública, como uma espécie de ET de Varginha, para aqueles que passam sem entender o que é que aquele ancião está fazendo na praça, sentado em uma mesa no jardim, acompanhado de uma Schin e um exemplar da revista Piauí. A noite caí, tomo café, vejo o Jornal da Band e vou prá cama tentdoar sintonizar a Rádio Globo e dormir. Boa noite!  
(DO BLOG   http://blig.ig.com.br/bazoborges/)

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