Agamenon Almeida
Á beira do lago com águas cristalinas
Tal qual um espelho a refletir o céu
Eu a vejo, sentada sobre a pedra
Meditando, com o rosto sob o véu.
Extasiado
frente a tamanho enlevo
Temo pelos ruídos
do meu pensamentoQue não perturbem esta paz reinante
Nem a sublime oração que me traz o vento.
E ali fiquei,
sentado, por horas a fio
Tentando encontrar
minha própria luzMas nem a paz, serena e radiante
Livrava-me da angustia de pesada cruz.
Vagando
pelos labirintos da alma confusa
Que já não
consegue se livrar do medoEntrego, sem reservas, todas as certezas
Porque só me agora este desapego.
Queria poder
chegar bem mais perto
Pra talvez
que sabe, em um último apeloInebriar-me na luz de tão serena face
Que majestosamente ora com desvelo
E serenamente
elevou-se aos céus
Sem ter
percebido levou minha cruzDeixando o lago cheio de estrelas
E meu coração, repleto, de serena luz.
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