RECORDAR É VIVER
VALDEMIR BARREIROS
Correspondente em Salvador Brasil
Falar do período de criança e adolescência na terrinha é reviver um gostoso momento que permanece na lembrança e jamais será esquecido. Guardo comigo as brincadeiras com patinetes não de fábrica mas as fabricadas por nós, a enfrentar aos domingos à tarde as ladeiras mais radicais a exemplo da ladeira da piritibinha; dos fantasmas para causar medo ao funcionário responsável pela usina da luz; as caveiras feitas com caboré de melancia e no seu interior uma vela acesa para amedrontar os transeuntes em becos escuros; no período de trovoada era uma festa para se tomar banho de chuva, debaixo de bicas e ao chegar em casa todo molhado a pisa era na certa (o castigo); ir ao açude do pontilhão vê-lo sangar e muitos da população iam tomar banho; a passagem impedia a circulação de pessoas a pé e algumas vezes a animal e o curioso foi improvisar um meio de transporte; um lastro de madeira preso nas duas extremidades com quatro cordas controladas e puxadas por homens para que as pessoas vindas da Areia Branca, Lagoa da Onça, Novilha Morta e redondeza pudessem ter acesso a sede do município, principalmente no dia da feira com suas mercadorias para vendê-las. Quantas carreiras tomei de uma ema criada por Miro do Parafuso; Quantas vezes despistava meus pais para ir ao curral da matança insultar o gado que se encontrava preso para o sacrifício no dia seguinte e uma das vezes fui apanhado de surpresa; como lição nunca mais. Lembro-me das cantigas de rodas nas noites enluaradas principalmente aquelas das ruas da mistura (ou mustura). E nas noites do sábado de aleluia o povo se reunia na praça Getúlio Vargas para ouvir o testamento e a queima do juda era uma festa. O futebol movimentava a cidade. E quando a caravana de gado (boiada) passava pelo centro da cidade logo se corria para o fogão para jogar sal nas brasas a fim de dispersar os animais e quando acontecia era aquele corre corre as portas eram fechadas e o alvoroço tomava conta. E o lobisomem circulando pelas ruas do centro de Piritiba à meia noite. E muitas outras histórias.
A verdade para esse apego a terrinha é que na nossa infância as famílias se integravam mais do que as de hoje e assim, transferido para os filhos a afinidade pela terrinha.
Sugestão: Fortalecer mais este vínculo é necessário e que os homens que comandam a política local estejam cada vez mais capacitados para instrumentar meios de serviços, ampliando oportunidades e robustecendo a questão sócio-econômica e melhorando as estradas. Realizar estudos para o aproveitamento das belezas naturais do município, para incrementar o turismo, uma fonte de recursos bem aproveitada por municípios.
O administrador municipal tem o dever de ser um excelente empreendedor no cargo que ocupa, ainda mais que a Lei de Responsabilidade Fiscal está em vigor; deixar de lado o trabalho da inércia profunda atrás de uma cadeira do seu gabinete sem executar projetos de cunho social cujo objetivo é diminuir a ingrata desigualdade social evitar a degradação de bens sociais e morais tão comuns hoje em dia. Para outros males é só criar fontes de renda para classes menos privilegiadas ao invés de só visualizar o castigo, a cadeia e espancamento. O indivíduo com a renda da sua fonte de trabalho levará ao comércio para compras e assim impulsionará; ganhará o comércio, a prefeitura nos impostos e taxas arrecadadas. Com esta visão combaterá o desemprego, a criminalidade, a marginalidade e principalmente educará o cidadão. O jovem precisa de oportunidades.
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