A Poesia de ...
Agamenon Almeida
Onde é que tu vais assim desse jeito
Teu corpo despido, ferido, desnudo
Sob este sol ardente, inclemente,
Que perversamente te serve de escudo?
E vais caminhando assim, lentamente
Como se não fosse mais deste mundo
Com este olhar, talvez sorridente
Tão indiferente, demente, absurdo.
E tudo o que vestes é um laço de fita
Que preso à cabeça majestosamente
Tu sempre arrumas com todo carinho
Precioso arminho, tua posse, teu tudo.
E percebendo os meus olhos aflitos
Querendo ao certo alguma resposta
Pára e entrega-me, uma rosa partida
Sabendo de tudo e eu nada de rosas.
E eu que achava já sabia de tudo
Das coisas do mundo sabia entender
Agora percebo, no meio da rua
Bastou uma nua pra me constranger.
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