ENTREVISTA COM O SR. ADEMAR ALMEIDA SODRÉ
Piritiba 12 /12 /2002
PARTE I
A Reportagem do Piritiba-Net, através do repórter Prof. Dario Lopes, conversa neste dia 12 de Dezembro de 2002, com o conterrâneo amigo, Sr. Ademar Almeida Sodré, um dos baluartes na construção do Ginásio de Piritiba, que depois recebeu o nome de Centro Educacional de Piritiba, como também, teve atuação destacada na Política e no Comércio da cidade.
PN – Caro amigo Ademar (Dema), como costumo chamá-lo, Boa Tarde. É uma alegria e uma satisfação muito grande, estar aqui em sua casa, para esta entrevista. Os meus votos de saúde e paz e que você se recupere totalmente da delicada cirurgia que fez recentemente.
PN – Primeiramente gostaria de saber onde o Senhor nasceu e quando?
Ademar - Eu nasci na Fazenda Cobé no dia 18 de janeiro de 1923 e fui registrado aqui em Piritiba.
PN – Qual o nome de seus pais e quais as profissões deles?
Ademar - Meu Pai chamava-se Aparício Sodré da Hora e minha mãe Isaura Almeida Sodré. Ele era Fazendeiro, negociava com Gado e ela Doméstica. Meu pai, foi o primeiro homem a levar gado daqui da região para Goiás, nos anos de 1929, 1930 até 1934.
PN – Onde o Senhor estudou? Primário e Secundário?
Ademar - Estudei aqui em Piritiba. Primeiro estudei com um professor particular de nome Durval Alves Barreto, depois fui aluno da Profª Ana Macêdo. Só estudei o primário, porque naquele tempo não tinha colégio aqui e meus pais não puderam me colocar para estudar fora. Só havia colégio em Salvador, Feira de Santana e Cachoeira.
Vou lhe contar uma coisa para você saber: Oswaldo Macêdo era professor em Andaraí que era o lugar mais importante da época. Depois foi criado uma “Cadeira” em Piritiba, que naquela época, chamava-se “Cinco Várzeas”, porque era casado com a Profª Ana Macêdo e não tinha lugar para ela ensinar. Então com o conhecimento que tinha e amigos lá em Salvador, ele conseguiu criar esta cadeira para ela. Então ele ficou ensinando em Andaraí e ela aqui em Piritiba.
PN – Qual a sua primeira atividade profissional?
Ademar - Eu era balconista. Trabalhei toda a vida no Comércio.
PN – Quando e como conheceu D. Valda?
Ademar - Eu conheci a Valda em 1940, numa festa na Igreja, numa Quermesse que se faziam antigamente. Aí começou o namoro.
PN – Em que ano se casou? Quantos filhos teve?
Ademar - Olha! Eu casei no dia 24 de setembro de 1946. Hoje tenho 56 anos de casado e 10 filhos, todos criados e vivos.
PN – Com relação a sua vida de cidadão. O Sr. Serviu o Exército, Marinha ou Aeronáutica, ou foi dispensado?
Ademar - Eu fui dispensado.
PN – Com a Independência Política de Piritiba, você se tornou Cidadão Piritibano ou ainda é Cidadão Mundonovense?
Ademar - Eu sou Cidadão Piritibano, como lhe disse, fui registrado aqui.
PN – Lembra Quantos habitantes tinha Piritiba naquela época?
Ademar - Aqui era muito pequeno. Aqui só existia aquela Praça do Comércio lá embaixo. Andaraí, França e Largo eram mais importantes que Piritiba.
PN – Quais os moradores mais importantes e influentes de Piritiba, naquela época?
Ademar - A Família Marcelino (Francisco Marcelino foi uma das primeiras pessoas que chegaram aqui. Tinha um cidadão chamado Janjão do Lajedo e também o pessoal da sua família. Sr. Manoel de Alcino e filhos. Este pessoal da sua família veio para aqui, vindo do Alto Bonito, trabalhou como construtor de casas e locou algumas ruas. A família de Eliodoro Lima, que veio de Monte Alegre, além da família de João Damasceno Sampaio, que veio de Ipirá que naquela época chamava-se Camisão.
PN – Quais as maiores dificuldades que Piritiba enfrentava naquela época?
Ademar - A maior dificuldade era a falta de comunicação e não tinha água. A cidade dependia de chuva e a água aqui era sempre muito salobra.
PN – Como a cidade começou a se desenvolver?
Ademar - Com o advento da Estrada de Ferro. Vou até lhe esclarecer, porque pouca gente aqui sabe a história direito. A Estrada de Ferro chamava-se “Este Brasileiro”, de origem francesa. Depois quando terminou o contrato, passou para “Leste Brasileiro”. A Estrada foi inaugurada aqui no ano de 1934 e o primeiro agente da estação chamava-se: Jean Bastianni de origem italiana. O povo aqui o chamava de João Bastião.
PN – Vamos mudar um pouco de assunto. O Senhor foi sempre um baluarte na Educação Piritibana, conte sua experiência à frente do Centro Educacional de Piritiba.
PN – Quem mais o ajudou nesta enorme tarefa de implantar o Colégio de Piritiba? Como você conheceu o Dr. Luís Rogério?
Ademar - Eu conheci o Dr. Luís Rogério, numa viagem que ele fazia à região de Irecê e passou por aqui, e aqui conversamos. Eu disse pra ele: Nós temos uma Cooperativa, estamos construindo um Colégio, mas não sabemos como fazer para botar ele para funcionar. Aí ele disse: “me procurem, que eu vou ver o caso de Piritiba e então eu encaminho os documentos”. Daí como eu tinha a maior vontade de ver o Colégio funcionando, não perdi tempo. Fui atrás dele. Aí começou o nosso relacionamento e a nossa amizade. Isto ocorreu em 1960 mais ou menos.
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