“Se você vier pro que der e vier comigo, eu te prometo o sol ou a chuva” Tudo estará ao teu alcance se me apoiar. Farei chover, para na tua roça legumes e verduras serem fartos; farei chover para que teu tanque nunca seque, para não morrer de sede, para banhar-te de alegrias e glorias.

Tudo estará ao teu alcance se me apoiar. Farei o Sol surgir para secar tuas roupas úmidas, para fortalecer tua epiderme, para clarear teus passos e iluminar teu caminho, para tornar mais prazerosa tua cerveja, farei o Sol surgir se assim desejar.

Se outrora os Políticos eram coronéis, em tempos modernos políticos são Deuses. Tem poderes de fazer o Sol surgir no estalar dos dedos, de fazer chover com um simples ordenar. Lula em um piscar de olhos blinda Palocci, as marionetes midiáticas fabricam de imediato novas manchetes para ofuscar as colunas pensantes da resistência, de um lado um deus ordenando surgir o Sol, incidindo fortemente uma “claridade” insuportável ao olhar humano, nos obrigando a fechar instantaneamente nossos olhos... Do outro, um deus buscando seu Olimpo perdido ordenando chover, criando tempestades e  vendavais, para amedrontados e temerosos olharmos a imensidão de nossa vulnerabilidade.

Em tempo de  deuses políticos, cheios de si e de poderes, o eleitor felizmente não é mais comprado. Mas infelizmente é ludibriado, é envolto num cobertor de ilusão onde mágica é naturalmente ofertada e milagres são casuais em seus “prometeres”. Cidades de 50mil habitantes num estalar de dedos terá 100mil empregos, famílias carentes num amanhecer despertará banhada em fartura, uma cartola ou uma Bolsa pequena ou quem sabe tamanho Família conterá toda a solução da miséria Brasileira quiçá Baiana. Os deuses cheios de si e de poderes, acompanhados de sua liga da justiça que o envolvem e o blindam numa enorme e gigantesca redoma de vidro separam-no dos pobres e reles mortais, criam verdadeiras cruzadas em incessante caçada dos raros pensadores, encurralam os jovens em sua doutrina fazendo venerar os deuses em aplausos forçados, criando seus universos particulares.

Desta forma veneremos a grande eloqüência dos deuses, seu farto poderio de convencimento, seus ludibriados seguidores, veneremos sua simpatia, sua hipnótica fala. Mas questionaremos seus constantes esquecimentos. Os deuses tão cheios de poder carregam em si na grande maioria uma vaidade invejável e uma lamentável falta de memória ou como dizem grande poder do esquecimento. Quem sabe não surja uma legião de Hercules, ou uma multidão de pequenos Davis, humanos, homens, meninos, jovens, idosos, para destroná-los deste olimpo, afinal a fonte dos seus poderes a eles são ofertados por nós, através do nosso voto.

Lucas Lima Cedraz

Piritiba – Ba  02 de Junho de 2011